Faz pouco mais de uma semana que Beyoncé lançou “Cowboy Carter”, seu oitavo álbum de estúdio e o “seu quarto clássico consecutivo. Parece um banquete em um momento em que o pop oferece restos”, disse o The Guardian. Banquete talvez seja a melhor definição para a obra que consegue criar harmonia entre pop, country, house, classic rock, blues, soul, hip-hop, rock, folk e até funk carioca. Beyoncé parece ignorar os limites de gênero para poder contar a sua história, incluindo áudios de seus filhos e aquele momento delicado em que passamos os canais do rádio na busca do som perfeito.
Ela ignora também o que os seus fãs esperam dela, não é à toa que Lily Allen fez questão de dizer que achou “esquisita” a versão de “Jolene”, hit de Dolly Parton nos anos 70, gravada por Beyoncé. Mas, afinal, o que não é esquisito nesse álbum? E é justamente isso que o torna um banquete. Quando as novas gerações teriam a oportunidade de escutar uma ópera italiana? É admirável ver as altas notas alcançadas por Beyoncé enquanto canta um clássico da sua infância nas aulas de canto com seu maestro italiano particular.
Já a filha de Frank Sinatra, Nancy, elogiou a utilização do sample de “These Boots Are Made For Walkin'” e disse ser muito significativo para ela ter um pedacinho de sua música na obra da mulher que “representa o que há de bom na música hoje”. Mas quem rasgou elogios mesmo foi Paul McCartney, que teve sua música “Blackbird” regravada pela cantora: “Acho que ela fez uma versão magnífica e que reforça a mensagem de direitos civis que me inspirou a escrever a música em primeiro lugar. Acho que a Beyoncé fez uma versão fabulosa e peço para que quem ainda não a ouviu, o faça. Você vai amar!”
-Lorrana Melo
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