Hoje, dia 5 de outubro, Cruvinel, um dos principais nomes da Nova MPB em Belo Horizonte, lança o EP “Até Então”. O EP é a primeira etapa do lançamento do disco “Absorvendo Tudo”, que entre rupturas e continuidades, é um divisor de águas na carreira do artista - contempla sua jornada até então e seu momento atual, depois de um longo percurso de amadurecimento artístico.
Na capital mineira, mesmo com poucas obras lançadas, o compositor já sustenta forte base de fãs, consequência não só da carreira autoral, mas de outros diversos projetos que desenvolve com músicos locais. Cruvinel também é vocalista da banda Noema, além de trilhar, com a cantora Bárbara Leão, o projeto de samba Saracuteio. Com ela, passou por diversos bares tradicionais da cidade, além de grandes palcos, como o Summertime Festival.
O EP será lançado pelo selo Música aos Montes, onde foi também gravado e produzido. O projeto é liderado por Carol Figueiredo e Dan Oliveira, que juntos atuam não só na produção musical, mas na produção executiva. Mais que um selo, o MaM é um espaço de encontros e de aprimoramento artístico, oferecendo as ferramentas necessárias para a profissionalização musical.
O EP
Atravessado por uma estética setentista, o EP antecipa o que o álbum constrói de forma coesa: um retrato do amor de Cruvinel pelo circuito artístico, boêmio e cultural de Belo Horizonte e do Brasil. Algo presente não só nas letras, mas nas sonoridades que evocam referências locais. Nas composições, traz sentimentos comuns a todas as pessoas, amores e frustrações. “Esse álbum é sobre mim, mas também é sobre todo mundo”, comenta o compositor.
O carisma de Cruvinel transborda no groove dançante das faixas, que trazem influências do samba ao rap. Com novidades, o EP traz a identidade já solidificada até então pelo artista. As tradicionais referências da MPB estão em cena, mas a voz suave arrisca novos lugares. O violão continua sendo seu fiel companheiro, sendo protagonista nas músicas, que valorizam sua maestria com o instrumento, mas também trazem arranjos encorpados, com guitarras, conga e timbales.
SOBRE CRUVINEL
Nascido no triângulo mineiro, na cidade de Ituiutaba, Cruvinel mudou-se para Belo Horizonte muito cedo em sua vida. Com a capital, desenvolveu uma relação íntima. Cria do circuito boêmio da cidade, cultiva fortes trocas com a cultura local.
O violão de nylon na primeira cena, junto ao timbre suave e marcante da voz ritmada, conquistaram a cena musical belo-horizontina. Tocou em grandes palcos, como o festival A Ilha e Summertimes. Em sua identidade, são incontestáveis as influências de clássicos da MPB, como Djavan e Jorge Ben Jor.
Em 2020, a trajetória do artista se uniu ao selo Música aos Montes e, juntos, lançaram o single “Ainda Espero”, que já na primeira semana atingiu o primeiro lugar no Viral BH. Hoje, o artista reúne mais de 800 mil streams no Spotify, com cerca de 10 mil ouvintes mensais. Começou a construir a forte base de fãs na internet, principalmente no Twitter, em que postava diversas versões musicais. Em seu perfil no TikTok, alguns vídeos ultrapassam 200 mil visualizações atualmente.
FAIXA A FAIXA
Até Então
A primeira faixa do disco e a mais antiga das doze sintetiza o conceito do EP, que traz muito do trabalho do artista até então. A sonoridade flerta com a bossa nova, com toques lo-fi. Na produção, contou com a participação de Júlio Anfer (que produz com a banda Lagum), e na composição, com a de João Ferreira, da banda Daparte.
Mente no Talo
Na segunda faixa, Cruvinel canta sobre o cansaço de promessas vazias em um relacionamento. De forma irônica, o compositor expressa sua busca pelo desprendimento da situação. Nos arranjos, traduz a ironia da letra em um samba rock com influências de Jorge Ben Jor.
Dane-se
Em uma atmosfera dançante, aborda o momento de apaixonamento de uma forma descontraída. Como uma espécie de antítese da música anterior, diz sobre uma quase completa submissão à pessoa amada. Traz elementos da música latina, em instrumentos como conga e timbales.
A Senha
Dan Oliveira e Carol Figueiredo, produtores do EP, concordaram em dizer que a faixa é “uma expressão autêntica da identidade e o orgulho de ser de Minas Gerais”. Na música, certa psicodelia setentista, que faz parte do disco, começa a ser introduzida.
Desbaratinar
Trazendo leveza ao trabalho, a faixa vem atravessada pela Bossa Nova, abordando a vontade do compositor de desacelerar e encarar a vida com leveza. “Desbaratinar” convida o ouvinte a um momento de introspecção.
Val
Uma mensagem de agradecimento, “Val” é uma declaração de amizade para alguém que escuta os desabafos e indecisões do eu lírico de dia ou na madrugada. Completamente gravada na fita cassete, a produção enfatiza o clima de mistura entre antigo e moderno presente no álbum.
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