Vocês votaram por este memorável show da Cage the Elephant, no Rio de Janeiro, e aqui trazemos. Existem muitas coisas boas na vida, ver de suas bandas preferidas ao vivo, certamente, é uma delas. Shows no Circo Voador são eventos que geram grande expectativas e Cage the Elephant é uma banda que nunca vai decepcionar.
Era uma quarta feira, fim de março, que é um dos meses mais quentes do ano e eu estava lá naquele lugar mágico, acompanhado de um tanto de gente, o Circo estava abarrotado, a noite era enérgica.
A Cage não tinha completado nem uma década de vida até então, mas já arrastava súditos mundo afora. Entre os bares da Lapa, fãs se aglomeravam (que saudade disso) e interagiam no famoso pré show. Todos estavam ansiando demais pelo espetáculo, afinal, a banda vinha ao embalo de dois grandes discos, o Melophobia e o Tell Me I'm Pretty, discos que não trazem nenhuma música ruim.
Antes do meteoro invadir o palco, ainda tivemos a sorte de assistir um show firme e poderoso do Silversun Pickups, fazendo todo clima pro que viria depois, não poderia ter abertura melhor.
Cry Baby abriu o show numa explosão que talvez só tenha sentido com Rock and Roll Star, do Oasis. Matt Shultz, o "Taz", gira no palco, dança, se joga no mar de gente, é resgatado pelos seguranças, tem sua camisa rasgada, costas arranhadas e fãs histéricos sobem ao palco por todo momento, por muito tempo não assistia algo assim, uma loucura.
O Setlist foi impecável e navegava por toda sua carreira, dando ênfase aos dois últimos discos. Cada membro era individualmente impressionante e o vocal de Shultz estava notoriamente em evidência, por todo tempo, considerando a quantidade de energia que gastava durante a apresentação, era de se admirar.
Tive sorte, eles tocaram várias faixas do meu álbum favorito, Melophobia, começando com o eclético maníaco Spiderhead e Take It or Leave It. Nas baladas, Cigarette Daydreams e Come Little Closer, Matt deixava com o público, que cantava em uníssono, cravando uma noite antológica tanto para banda quanto para o púbico. Sua energia lembra muito Mick Jagger, que em termos de performance ao vivo, terá um representante ao se aposentar. Em minha opinião, considero Matt Shultz o melhor frontman que o indie já produziu. Certa vez, li em algum veículo de comunicação a seguinte afirmativa: "com um nível de desempenho de alta qualidade raramente visto nos dias de hoje e vários álbuns de qualidade, há apenas uma pergunta razoável a ser feita: Por qual motivo o Cage The Elephant não é uma das maiores bandas do mundo?". Confesso que fiquei bem intrigado, pois quem já foi num show dos caras, é impossível que não se sinta contagiado com atitude e sonoridade da banda.
Eles brincaram com grande liberdade e entusiasmo com quem estava por ali e, venhamos e convenhamos, o público brasileiro dá sempre um show à parte. A noite explodiu de paixão naquele ano e a banda galgava por novos patamares, sem os menores sinais de desaceleração, pelo menos, por tão cedo.
Olha, foi um dos melhores shows da minha vida sem dúvidas, saí do Circo Voador de alma lavada.
Cheers
- Gui Freitas
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