Consideramos voltar para 1994, tempos áureos para bandas como Portishead, Weezer, Green Day, Rancid, The Offspring e Beck, estrelas em total ascensão popular, Beastie Boys e Smashing Pumpkins, já consolidados, co-liderariam o Lollapalooza naquele verão.
O ano de 94 foi, no entanto, bem carregado pela morte de Kurt Cobain e toda carga do grunge rock como conhecíamos, o que acabou criando grande vazio no mundo do rock. Red Hot Chili Peppers e até mesmo a viúva de Kurt Cobain, Courtney Love, fizeram o possível para preencher esse vazio, de forma admirável, numa edição do Woodstock, no mesmo ano. Mesmo assim, por mais grandioso e empolgante que aquele Woodstock pudesse ter sido, ainda faltava alguma coisa na cultura pop, no Rock and Roll, algo que pudesse elevar o ânimo de todos ao redor do mundo novamente, não apenas por três dias de festival.
Felizmente, como um relâmpago, no final do verão de 94, um novo movimento estava prestes a assumir o controle. O Britpop, estrelado, principalmente, pelos irmãos de Manchester, nascia o Oasis.
Oasis é uma banda que carrega muita história. Se formos entrar nos enredos dos irmãos Gallagher, iríamos até cansar de colocar tanta lenha na fogueira e não esgotar o assunto, afinal, fã de Oasis é uma coisa bem séria, os "Mad fer It”, únicos e especiais em todo mundo e , sem a menor dúvida, nos consideramos parte deles.
Tudo começou quando Liam Gallagher, junto com o guitarrista Bonehead, o baixista Guigsy e o baterista Tony McCarroll formaram a The Rain, por volta de 1991. O irmão mais velho do Liam, Noel Gallagher, trabalhava como roadie pro Inspiral Carpets quando recebeu um telefonema de sua mãe, Peggy, onde veio comentar que Liam estaria cantando em uma banda. Durante uma folga, e estando em sua cidade natal, Noel resolveu acompanhar um ensaio da banda do irmão caçula, logo percebendo que os envolvidos tinham potencial, apesar de, ainda, não estarem prontos. Diante o que viu, propôs dividir o mesmo palco com eles, desde que passasse a ser o líder e compositor da banda, que, de acordo, passou a se chamar Oasis, em homenagem à casa de shows The Oasis, onde os Beatles tocavam em Manchester, o resto da história vocês já devem conhecer....
A década de 90 foi época que trouxe a música novamente aos grandes públicos. Blur, The Verve e Suede ajudavam com esse movimento, mas foi o Oasis que emergiu na cena para se tornar uma das maiores bandas do mundo, promessa que surgiu desde o primeiro disco.
Noel Gallagher escreveu todo o disco e o forte toque vocal de Liam se encaixou perfeitamente nas 11 faixas. Temas densos como a juventude na cidade de Manchester, amor e questões da classe trabalhadora transbordam nas faixas.
As canções do Oasis carregam muita simplicidade, sem deixar nada ora trás e tudo isso inspira seus ouvintes, é essa simplicidade mágica que morde seus fãs. Rock and Roll Star, faixa que abre o disco, é uma música que te dá astral para enfrentar qualquer desafio, experimente ouvir essa música antes de alguma situação enérgica. Live Forever e Supersonic foram hits absolutos em rádios e programas de TV mundo afora. Cigarretes & Alcohol, Shakermaker e Slide Away embalam essa obra prima que não envelhece nunca.
Keith Cameron, ex-editor sênior da NME, escreveu certa vez no final de sua resenha do Definitely Maybe que: "Com o Definitely Maybe, o Oasis encapsulou o sentimento mais triunfante. É como abrir as cortinas do quarto numa manhã e descobrir o Taj Mahal no seu quintal”.
Definitely Maybe chegou com uma atmosfera de otimismo, o Britpop nasceu como um dia de sol pra música daqueles tempos. O Rock and Roll estava salvo com este disco, uma vitória para o ano de 1994, que começava a perder esperanças sem Kurt.
Talvez este seja o disco que mais escutei em toda minha vida, tomara que ele continue a inspirar muitas gente e, claro, muitas bandas.
Embora os egos inflados e travessuras dos irmãos Gallagher acabassem condenando à banda, como evidenciado pela dissolução em 2009, qualquer discussão sobre o Oasis sempre volta ao que é mais importante: sua música.
Definitely Maybe é definitivamente peça obrigatória na coleção e está entre os maiores clássicos desse mundo.
Cheers
Gui Freitas
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