Apertem os cintos, preparem -se que entraremos em uma viagem que abrange a imensidão das influências musicais do “galo” mineiro de Uberaba, ROGGS, isso mesmo, ROGGS, cinco letras conjuntas que simbioticamente dão a forma ao artista.
Sem previsão para aterrissar é o segundo trabalho de estúdio do músico mineiro Rogério Fonseca, disco que acabou de sair do forno, lançado no dia 03 de Fevereiro de 2023, pela Holliday Produtora, o disco vem com a mega produção do gigante do rock nacional Marcelo Gross (ex-Cachorro Grande) no qual, além da produção, GROSS toca bateria e baixo em todas as músicas, o disco conta também com a participação do tecladista/arranjador Pedro Pelotas (ex-Cachorro Grande), do músico e guitarrista Cléber Harrison e o músico multi- instrumentista Jei Silvanno ;
Assim como já anuncia o título do disco ROGGS nos leva para uma viagem sem previsão para terminar, viagem que nos leva para sua essência musical, fonte vital para a inspiração e criação deste álbum, onde, logo de cara somos apresentados ao ritmo do mod- rock, na faixa “Fogo Amigo”, aqui temos a pura essência do rock dançante e desbocado, típico dos anos 1960, nessa mesma linha beat, temos um dos hits do disco, a faixa “Inquietação”, aquela música que pode nos acompanhar o dia todo em assovios e cantares espontâneos;
Saindo das riscas de giz e do linho Italiano diretamente para o couro surrado, cigarros e botinas, entramos em um clima de Brighton e sentimos o Whisky correr em alta velocidade pelas veias, “Balada Dos Dois Quadrados” chega para nos trazer os timbres pulsantes do Rock’ a Billy e nos fazer agitar o esqueleto? Já dançou? então dance AGORA!
Saindo de Brighton em direção às águas do Rio Mersey, os primeiros acordes de “Eu não Me Importo mais” nos levam diretamente para as docas frias e úmidas de Liverpool nos trazendo a essência do “Mersey Beat” do início dos anos 1960.
O Folk rock se mostra presente com a faixa “Difícil Dizer”, com seu relato de desilusões e timbre alusivo às grandes bandas como Byrds, CSNY e Buffalo Springfield.
Dias sombrios nos assolavam, e um grito ficou entalado em nossas gargantas por profundos, sombrios e tenebrosos anos, na faixa “Vaza” ROGGS nos faz extravasar (com o perdão do trocadilho), uma simbiose de sentimento contido com aquele alívio tão esperado, e para isso tudo ficar temperado e apurado da melhor maneira possível é formada por potentes riffs de guitarra, numa levada rock n roll do início dos 2000;
As canções “Estilhaços” e a tema “Sem previsão para aterrissar” são duas músicas que nos mostram abertamente a identidade musical do compositor com a banda britânica OASIS, com melodias e timbres potentes assim como a dos garotos de Manchester, ROGGS coloca seu tempero que só o Rock das Minas Gerais pode nos trazer, não reconheceu, então ouça mais que irá notar.
A Faixa “Crônica de um amor bemol” nos traz a com sua melodia aquela tradicional ‘pegada’ das bandas do norte da Inglaterra de meados dos anos 60;
Sons urbanos, melodias melancólicas, num clima cinzento, é assim que se finda o disco com a canção, “Esse é o Fim”, pode ser o fim deste trabalho, mas, a carreira de ROGGS só está no começo, para nossa alegria e deleite de nossos ouvidos.
Mesmo com essa diversidade de influências, ROGGS conseguiu trazer em seu novo disco sua verdadeira face, nos mostrando de maneira bem profunda e particular a verdadeira essência
Um disco para se ouvir muitas e muitas vezes.
Artista: ROGGS
Disco: “Sem previsão para aterrissar” Ano: 2023
Gravadora: Holliday Produtora
Selo: Selo 180
Resenha: Gabriel G Cardoso – Esp. Música e Artes
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