Lembro da primeira vez que ouvi os Chili Peppers. Foi na adolescência, numa festinha com os amigos. Eu ainda não conhecia o universo do rock e, ao som de Otherside, eu enlouqueci.
Daquele momento em diante me tornei fã. Fui atrás de todo o material da banda. Ouvi os discos antigos, acompanhei as letras para decorar, procurei me informar sobre a vida dos integrantes, quem entrou, quem saiu, quem morreu. Depois de um tempo eu comecei a me sentir amigo dos caras.
Hoje eles lançaram o novo disco. Unlimited Love. Confesso que não sabia o que esperar, mas estava cheio de expectativas. Afinal, esse disco marca a volta do John Frusciante à banda. Uma volta anunciada no final de 2019 e postergada devido à pandemia.
Eu não imaginava que seria tão especial.
O álbum pegou no sentimento. Fiquei emocionado, prestando atenção em tudo. E na primeira audição, o disco soou estranho, mas familiar. Tem todos os elementos característicos dos Peppers: os sons mais enérgicos, as baladas, os funks… Mas percebe-se uma evolução, um amadurecimento, se comparado aos trabalhos anteriores. Eles mesclam ritmos e elementos completamente diferentes nas músicas. Exemplos: funk e jazz (Aquatic Mouth Dance); baladinha e punk rock (These are the Ways); sintetizadores, heavy metal e country (?) (Bastards of Light); uma sonoridade mezzo Mac DeMarco, um vocal mezzo Devendra Banhart e uma pitada de western (???) (White Braids & Pillow Chair). E tem o épico pelo qual esse disco vai ser lembrado (The Heavy Wing). Mal posso esperar para ver a versão ao vivo dessa música. Quero ver o John destruindo a guitarra e dominando os vocais nos refrões.
Esse texto foi escrito na emoção, por um fã que não entende muito de música, mas ama esses caras. Assim, do mesmo jeito que Anthony, Flea e Chad, eu esperei dezesseis anos por esse momento. O John voltou! O que parecia impossível, aconteceu! Eu não duvido mais de nada.
Enfim, espero não ter atrapalhado.
Ouça o disco.
Seja feliz.
Agora você pode ir.
Está liberado.
- Bruno Pessanha
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