top of page
Foto do escritorTroque o Disco

1991: Screamadelica

Há tempo eu quero falar desse disco, o ano era 1991 quando o Primal Scream chegou chegando com Screamadelica, disco fenomenal que pirou e pira até hoje a cabeça de muita gente.



O final dos anos 80 e início dos anos 90 assistiu-se a um ressurgimento da música de dança que diferia do que ouvíamos na era disco dos anos 70 pelo tipo de drogas usadas para alimentar os dançarinos. Se lá pelos anos 70 a cocaína era o auge, nos 80 e 90 o ecstasy e LSD dominava, aqui não estou defendendo tais substancias, mas até musica com esse nome teve como no caso do “Acid House” e foi ai que o Primal Scream buscava um som começando em 1986, primeiro com uma espécie de pop jangle e depois com uma vibração mais Stonesy.



Se olharmos para trás e vemos como a autoconfiança, a velocidade, a dance music e o melhor produtor que os Stones já combinaram para fazer a obra-prima verdadeiramente progressiva e psicodélica de Primal Scream. Uma gloriosa explosão de acid house, psicodelia, dub, funk e rock'n'roll da velha escola, foi com esse disco que a banda se consagrou, o mesmo ajudou a forjar a reputação da Creation Records de Alan McGee e um disco que uniu o até então facções bastante díspares do indie rock e da dance music.


Screamadelica contém quatro singles de grande sucesso no Reino Unido e você pode ter tropeçado nessas músicas aqui e ali. É verdade que nunca atingiu patamares maiores nos Estados Unidos. Um dos sucessos foi a música “Higher Than The Sun”, que surge em seu cérebro mais como um exercício de relaxamento.


Certa vez o vocalista Bobby Gillespie disse:

 

“Sinceramente, nunca pensei que seria um disco comercial eu achei que seria um álbum underground muito legal, como o Tago Mago do Can. Mas então começou a receber críticas incríveis e continuou vendendo e vendendo. Acredito que já tenha vendido alguns milhões.”

O sucesso de Screamadelica – liderado por dois sucessos no Top 30 do Reino Unido, Loaded e Come Together – foi tão rápido quanto inesperado. Emergindo da cena indie do início dos anos 80 em Glasgow, Primal Scream foi formado por Gillespie e seu colega de escola Jim Beattie, entusiasmados pelo punk e pelo rock'n'ruin licencioso dos Stooges e MC5. Na verdade, Gillespie era o baterista do The Jesus And Mary Chain na época do primeiro show oficial dos Primals, em 1984.

 

Gillespie também disse que nunca perdeu a fé nas habilidades da banda: “Nunca vendemos muitos discos, mas fizemos turnês com esse álbum por toda a Europa. Mas nós realmente acreditávamos que éramos uma grande banda e que tínhamos algo que ninguém mais tinha. Sempre acreditamos que éramos ótimos pra caralho. Eu sei que parece muito arrogante, mas quando isso aconteceu conosco com o Screamadelica não ficamos surpresos. Já estávamos lá há anos e sabíamos tocar ao vivo. E estávamos prontos para qualquer coisa. Não era como se fôssemos uma banda que surgiu do nada, fez sucesso e não sabia o que fazer com ele."


 Screamadelica leva você a uma jornada, o formigamento inicial de excitação antecipatória ('Movin' on Up') até o momento da chegada (aquele interlúdio de saxofone de cair o queixo , seguido por um momento de admiração confusa em 'Higher than the Sun') até a euforia ('Come Together') e, finalmente, para uma melancolia reflexiva e a eventual queda ('Damaged', 'I'm Coming Down') antes de eventualmente estabelecendo-se em uma aceitação feliz com alguém e com o universo ('Shine Like Stars').



 Um microcosmo de um microponto. Screamadelica mal soa como se tivesse envelhecido um dia e muito disso se deve ao fato de que ninguém descobriu como obter a mistura particular de guitarra branca, pop nous, groove e house music que compreende seus 62 minutos sublimes. , bem como o fato de que, para tantas pessoas, continua sendo a experiência narcótica encapsulada de maneira sutil, bela e elegante em forma auditiva.


É isso, Primal Scream é uma banda conhecida sim, e Screamadelica é um documento de uma época estranha na história musical e cultural, onde o underground se esforçou para se levantar e superar. É um disco que todos vocês deveriam pelo menos ouvir se decidirem não possuí-lo.


-Gui Freitas

コメント


bottom of page