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51 anos de Tommy




Quando falamos de bandas dos idos da década de 60, logo de primeira, nos vem a cabeça Beatles, The Rolling Stones e The Who, certo? E quase sempre começam as comparações entre os feitos desses gigantes.

Não estou aqui para dizer o contrário, afinal, é praticamente indiscutível que nunca mais surja uma trinca tão pontente como esta. The Who ocupa lugar especial, fico completamente em êxtase quando ouço esses caras. Não seria difícil, muitos de vocês naturalmente devem até concordar comigo, afinal, The Who é uma banda que agrada todas as idades e carrega uma história linda.

Tommy, disco que recentemente completou 51 anos de idade, é o quarto álbum de estúdio e uma das duas óperas rock do The Who.

A ópera, em maior parte, foi composta pelo guitarrista, Pete Townshend, conta duas faixas do baixista, John Entwistle e uma creditada ao baterista, Keith Moon.

Tommy sustentou muitas interpretações nos últimos anos, como alguns de vocês devem saber; de um balé em Montreal à uma versão orquestrada de estrelas da London Symphony Orchestra, um filme de Ken Russell e um musical da Broadway. Roger Daltery eternizou o personagem no cinema, com um elenco que incluía Eric Clapton, Elton John, Tina Turner, Jack Nicholson, entre outros. A história é incrível, Tommy é um personagem misterioso e simpático. Townshend não se preocupa em incluir crueldade (primo Kevin), drogas (Acid Queen) e até estupro (Fiddle About). Também há maravilhas (Amazing Journey), diversão (Pinball Wizard), humor (Sally Simpson) e uma cura milagrosa, mas gratificante (Smash the Mirror). A história examina algumas questões fascinantes sobre o casamento da espiritualidade e da pop art. Tommy é arrematador.

Certa vez, Pete Townshend disse em entrevista que a intenção era escrever uma história de despertar algo espiritual. O cenário dos anos imediatamente posteriores à guerra significava que o personagem Tommy era um de nós, como os Baby Boomers.


Este disco permanece até hoje como referência dos anos dourados do Rock. Quando tive a experiência de ouvir esse Ópera Rock do começo ao fim, pela primeira vez, foi diferente de tudo que eu tinha ouvido antes. Foi uma vida inteira, um mundo, contado através da música de uma maneira que eu nunca imaginei ser possível.

Tive a sorte de ainda ver essa banda ao vivo em São Paulo, não mais com os lendários Keith Moon e John Entwistle, mas com grandes músicos que não deixaram a desejar, como, por exemplo, o filho do Ringo, Zak Starkey, "afilhado" do Keith Moon. Várias canções do Tommy fizeram parte daquela noite.


O The Who e em especial este disco, fazem coisas que dificilmente outras bandas fariam com tamanha perfeição. São intermináveis músicas somente com instrumentais, como no caso de Underture, que são 10 minutos de som. É magistral.


Tommy estabeleceu o padrão para esse gênero. Foi, de fato, um dos pioneiros em levantar esse conceito, sempre será ímpeto aos tantos outros artistas. Quadrophenia, outra Ópera Rock do The Who, ainda que uma obra de arte, não conseguiu chegar ao patamar de Tommy.

Este clássico continua sendo uma das maiores criações da música popular, merecendo totalmente seu status de lendário. Ao todo são 74 minutos de som, em 24 faixas. Se o objetivo da banda era alcançar uma grande obra, foi cumprido em total êxito.


-Gui Freitas

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