AFIM- O novo disco de Zé Ibarra

Tenho uma grande admiração pelo Zé Ibarra desde que comecei a ouvir suas músicas com a banda Bala Desejo. Quando o vi ao vivo, então, tive a certeza de que ele se tornaria um grande nome da nossa música. Ao meu ver, Zé já pode sentar à mesa de gala, ao lado dos maiores.

Pois bem, hoje estou aqui para falar sobre seu novo trabalho, lançado em junho deste ano, intitulado “AFIM”, pela Coala Records. O álbum contém oito faixas e muitas colaborações, o que gera uma boa química para os ouvintes.

Digo isso porque Zé Ibarra assina apenas duas das oito canções; as demais são parcerias com outros artistas, como, por exemplo, Dora Morelenbaum — sua antiga companheira no Bala Desejo.

Ibarra sempre teve — e mantém — os pés no palco. Talvez esse seja o segredo para tanta música boa.

Zé orquestra, ao lado do coprodutor Lucas Nunes, um time de peso: nomes como Alberto Continentino no baixo, Daniel Conceição e Thomas Harres na bateria e percussão, Rodrigo Pacato nas percussões adicionais, Chico Lira no Fender Rhodes e Guilherme Lirio na guitarra.

Zé detalhou um pouco sobre o projeto:

“Este projeto é uma tentativa de, me aproveitando do que em mim é natural e espontâneo, repaginar e trazer uma nova sensação à minha música. Sensações que já vinham dentro de mim há muito tempo, mas que eu ainda não tinha conseguido encarnar em uma obra. Acho que agora se abre essa oportunidade e, com ela, a chance de me colocar em um lugar mais instintivo e menos formatado. Explorar lados meus que ainda não tinham sido organizados em um disco: uma certa escuridão, uma musicalidade mais cinematográfica, um desejo por paisagens sonoras novas. Gosto de pensar que cada faixa é uma nova versão de mim.”

Zé Ibarra, para quem ainda não se atentou e ama música, é uma figura que devemos acompanhar. Afinal, ele tem um talento absurdo e natural para seguir os passos — e manter o legado — que a MPB construiu ao longo de décadas. E este disco é a prova disso.

Por mais e mais Zé!