Há tempos me perguntam sobre o que acho da cena atual no Brasil… não serei prolixo.
A cena que vivemos hoje talvez seja a mais rica de todas as eras da música brasileira. A internet encurtou distâncias, facilitou nas produções, promoveu encontro de inúmeros músicos, fez surgir inúmeros cenários musicais, difundiu trabalhos autorais independentes, conseguiu cessar, significativamente, todos os obstáculos de acesso, não tão somente pelo lado do público, mas, também, ao prisma do artista.
Atualmente, a música independente é qual impera no mundo inteiro. Quando que alguém poderia imaginar uma coisa dessas? Hoje, talvez seja mais coerente ao artista ser completamente independente. Basta considerar a liberdade criativa e a gestão da própria carreira (desde prazo ao número de produção). Os estúdios não são mais vinculados aos selos de gravadoras. A tecnologia te permite gravar um disco num grande estúdio ou em casa, com recursos suficientes para impedir amarras criativas, as possibilidades ao artista só crescem. Qualquer um pode gravar um disco.
A tarefa de concluir uma gravação, todas as etapas de mixagem e masterização, parte gráfica, divulgação e etc… é dura, mas deixou de ser impossível ao que vaga pelo underground. Apesar de todo trabalho, se tornou completamente possível lançar um disco, o divulgar e o tornar acessível em qualquer parte do mundo.
A música como produto final tem um longo caminho a ser percorrido. Os artistas que zelam pelo material físico, lançando os respectivos trabalhos em vinil, k7 ou CD, ainda precisam lidar com outra longa etapa, sem falar nos números investimento. Mas o elemento determinante de tudo é ultrapassado no primeiro passo: a possibilidade do disco, de o tornar uma realidade.
A maioria das pessoas olha pro produto de massa. Acha que a música descartável é a realidade. Esqueçam o produto de massa. Garimpem pelo independente. O Brasil está lotado de gente boa surgindo. Sempre tivemos uma música sobeja, é abundante, desde os primórdios dos ritmos e poesia. Somos reconhecidos mundialmente por isso. Nossa música segue rica de sobrar! O diamante precisa ser buscado, não tá na massa… garimpem!
-Gus Maia.
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