O sol quente da tarde de Teresina, não foi empecilho pro público acompanhar os dois dias da primeira edição do Festival GiraSol, a derradeira edição de um festival que seguia os mesmos moldes, o Piauí Pop, encerrou seu ciclo há 13 anos, desde então o desejo de reativar a cultura de festivais de música, ficou adormecido na memória.
O primeiro Giro do festival, foi com a banda Planta e Raíz, que iniciou os trabalhos das bandas nacionais, porém o atraso de mais de uma hora, acabou prejudicando os horários das apresentações seguintes. Melim e Lagum fizeram jus ao público fiel que os acompanha, cheio de hits acumulam milhões de players nos streamings de música.
Com um dos shows mais aguardados, Duda Beat incendiou o palco BR-O BRÓ, a setlist trouxe a mescla dos dois discos da cantora, Sinto Muito (2018) e Te Amo Lá Fora (2021). Uma parte foi dedicada aos feats de sucesso, fruto das parcerias com Anavitoria, Jaloo, Matheus Carrilho e Tiago Iorc. O público seguiu a cantora em coro em "Meu Piseiro", uma artista diferenciada e com uma performance de arrepiar.
Com horas de atraso o CPM 22, deu volta por cima e levantou o público, se o melhor fica reservado pro final, a organização do evento acertou, exceto pelo horário, mas pra quem ficou até o final valeu a pena esperar, a banda apresentou os hits do início da carreira "Dias Atrás", "Não Sei Viver Sem Ter Você", "Tarde de Outubro", além da parceria com o Titã Sérgio Britto em "Tudo Vale A Pena?". Badauí falou da saudade dos palcos piauienses e parabenizou a organização do evento pela iniciativa de criar o festival.
Lil Whind fez chover tênis Jordan, assim como na sua apresentação no Rock In Rio, o piauiense fez uma performance de exaltação a cultura nordestina, se emocionou por tocar pela primeira vez no seu Estado, e com ele trouxe o rapper Hungria pra cantar "Calor do Carai" que faz referência ao calor característico do Piauí.
Há nove anos sem tocar no Piauí, Emicida trouxe ao palco a turnê "AmarElo" do álbum lançado em 2019, pra essa que vos fala foi o show mais emocionante do festival, é uma apresentação que toca na alma, a poesia do Emicida bate de um jeito diferente, é ancestralidade, esperança, luta antirracista. Era visível a emoção do público durante os hits "Quem Tem Um Amigo Tem Tudo" e a clássica "Levanta E Anda".
Fechando com chave de ouro, o GiraSol encerrou os trabalhos com Frejat, Alceu Valença e Baiana System, que empolgaram o público na madrugada de segunda-feira.
O Festival GiraSol teve uma recepção positiva, alguns ajustes como horário e distribuição do lineup podem ser revistos na próxima edição, outro ponto interessante foi o espaço cedido pras apresentações de bandas locais, o GiraSol já nasceu grande e já pode figurar entre os grandes festivais nacionais.
- Ilrianny Alves
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