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Goytacazes fields forever

Uma cena rockeira vem se desenvolvendo a plenos pulmões em Campos dos Goytacazes, cidade que fica no Norte do estado do Rio.

Campos, pelo próprio nome, é normalmente lembrada como a terra dos índios Goytacazes, mas é também conhecida por ter sido o primeiro local da América Latina a receber iluminação pública, nos idos de 1883. Além disso, é frequentemente associada ao cultivo da cana-de-açúcar, à extração do petróleo e, claro, ao chuvisco, que é o doce mais doce já inventado pela humanidade.


Como se vê, Campos é um município de muitas vocações. Mas gostaria de falar aqui sobre uma delas, que é a sua vocação pra cultura e, mais especificamente, pro rock.

A vocação rockeira da cidade talvez não seja exatamente uma descoberta de agora. Nos anos 1980/1990, fez barulho por lá a Avyadores do Brazyl (com y mesmo), por sua sonoridade divertida e inovadora. Aliás, Luizz Ribeiro, um dos fundadores da banda, é o motivo pelo qual o Dia Municipal do Rock Goitacá é celebrado preferencialmente no dia 6 de maio, data em que ele fazia aniversário. Pois é: Campos possui um dia oficial dedicado ao gênero, o que não parece ser comum em cidades de médio porte do interior do país.

De qualquer forma, a impressão que fica é a de que, pelo início dos anos 2000, a cena rock local ainda tinha um caráter mais restrito, e que isso foi mudando ao longo dos anos. O fato é que, em Campos, o rock transcendeu o lado B. Hoje, quem passa poucos dias na cidade já constata que quase todo mundo faz parte de alguma banda e que, quem não faz, no mínimo sabe muito de som - ir a Campos é respirar música.

Entre as várias ótimas bandas campistas atuais, aproveito pra mencionar a Sign Steelers do amigo Gustavo Maia, criadores do hit “One Night”. Não duvido que as próximas gerações vão ouvir essa faixa e se orgulhar do fato dela ter sido produzida em terras Goytacazes.

Mesmo de longe, tem sido bonito acompanhar todo esse processo, que envolve não apenas vocação, mas também ação e, principalmente, paixão genuína pela música.

Méritos pra quem movimenta a cena. Através da vontade e da visão empreendedora de Guillerme Freitas, que a propósito é uma figura catalisadora dessa ascensão do rock campista brevemente narrada aqui, o primeiro festival Troque o Disco vem apenas tocar mais fogo no já efervescente momento cultural que a cidade vive.


"Carlos Jader Filho é campista e autor de dois livros. Reside em Berlim, onde atua em comunicação e marketing digital"

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