Não teria frase (e música) melhor para definir a espera por este show. Após uma longa espera de 2 anos devido a pandemia causada pela COVID-19, enfim a turnê do Metallica chegou ao Brasil, e para este que escreve, mais precisamente em Belo Horizonte, onde o Metallica encerrou com chave de ouro sua última passagem pela América do Sul.
“Ridin' down the Highway Goin' to a show”- foram quase 9 horas de estrada rumo à Belo Horizonte embalado por uma tentativa frustrada (que já era de se esperar) de identificar o setlist, baseado nos shows anteriores desta mesma turnê.
Pela primeira em Belo Horizonte, a cidade respirava a rock, para onde se olhasse era possível ver a multidão de camisas pretas desde as primeiras horas do dia, euforia justificada pela longa espera do show que seria, inicialmente, em abril de 2020.
Eis que chego ao estádio, o coliseu do futebol mineiro deu lugar a um mega palco com uma estrutura enorme de telões e show pirotécnico. Abrindo a noite, a excelente banda Ego Kill Talent, do prata da casa e ex-Sepultura, Jean Dolabela, fez um show com o que tem de melhor de sua ainda recente carreira com dois ótimos álbuns. Logo na sequência subiu ao palco o Greta Van Fleet, sendo impossível não associar a banda ao Led Zeppelin, e também não parece ser um incômodo para eles esta comparação que é vista desde as roupas que os 3 irmãos Kiszka e o baterista Danny Wagner utilizam, até ao telão em preto e branco remetendo a algo de época, musicalmente então a comparação é ainda mais inevitável, com um destaque para as excelentes Black Smoke Rising e Higway Tune.
E era chegado o grande momento, ao som de AC/DC o público se empolgava já na expectativa para as próximas horas do mais puro trash metal. De cara uma surpresa, Hardwired deu lugar a Wiplash que vinha sendo a primeira música do setlist em todos os demais shows da turnê até então, e dali em diante foi um espetáculo completo, setlist impecável, telões, pirotécnia... Enfim, entregaram um show excelente, com sucessos como Sad but True, Seek and Detroit, One, Nothing Else Matters... Na minha opinião, destaco ainda como os pontos altos (se é que dá para enumerar) Moth into Flame e toda a parte pirotécnica que aqueceu ainda mais o público, a volta de Fade to Black ao setlist e o encerramento impecável com Enter Sandman.
O Metallica pode ter uma carreira de altos e baixos em relação a sua discografia, mas no palco parece nunca ter saído do auge, e apesar do cansaço do vocalista James Hetfield, que fez um relato emocionante durante Fade to black, a banda ainda mostra que tem muita lenha pra queimar e nos presentear com mais espetáculos como este. O mesmo disse que sem seus companheiros não teria força pra estar tocando ao vivo.
Me sinto com a alma lavada, valeu a espera, valeu toda a viagem, valeu cada minuto! Viva o rock!!!
-Igor França
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