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PARTE 1:Produtividade & Inovação: O Impacto Atemporal dos Beatles


The Beatles. Um dos temas mais explorados pela indústria do entretenimento, uma fonte aparentemente inesgotável de curiosidades, boatos, remakes e — como 2023 nos mostrou — novidades.


Considerada por muitos, entendidos e leigos, como a banda mais genial e influente de todos os tempos, ainda são um fenômeno musical inquestionável que ecoa vividamente mais de meio século após sua dissolução. Ainda assim, os Beatles não são uma unanimidade. Muitos os consideram superestimados, questionando sua grandiosidade em comparação com tantos virtuosos que chegaram depois.


Sim, os Beatles desafiam as noções convencionais de genialidade musical. Não é sobre a técnica, é sobre a inovação. É sobre abrir caminhos e expandir horizontes. É sobre mudar o jogo. É sobre ser um divisor de águas tão significativo, que tudo que veio depois os tem como inspiração assumida ou como um recorde a superar. Você pode até não curtir tudo que os caras produziram, afinal, gosto é algo muito particular, mas você PRECISA respeitar seus feitos.


Vamos começar com uma retrospectiva holística do que foi sua carreira ativa. Muito do que trago a seguir não é novidade para nenhum Beatlemaníaco, mas eu sempre fico abismado com o tanto que eles aprontaram em tão curta carreira.

Lembrando que falamos de uma época extremamente conservadora, com mentalidade pós-guerra, quando o mercado americano ainda era o único que ditava o tom e direção da indústria do entretenimento.

Tente digerir o seguinte: os Beatles passaram apenas 8 anos em estúdio. Neste período, gravaram 13 álbuns, sendo um destes duplo (o popular “Álbum Branco”), e lançaram tantos singles que depois surgiram mais 2 álbuns só com estes (“Past Masters” Vol. 1 e Vol.2). Não consigo encontrar muitas referências sobre outras bandas que tenham produzido tanto em tão pouco tempo.


*Ok, tecnicamente, a última sessão de gravação que fizeram juntos foi em 4 de Janeiro de 1970, e mesmo assim, sem a participação de Lennon. Após esta data, apenas um punhado sessões individuais. Por isso, não incluo 1970 como um ano de gravações oficial.


Não obstante, ainda fizeram 2 filmes em estilo Hollywoodiano (um deles, “Help!”, parodiando 007), 2 pseudodocumentários (“Magical Mystery Tour” e “Let It Be” — que, por sinal, os tornou a primeira banda a ganhar um Oscar, neste caso o de melhor trilha sonora), e ainda uma animação (“Yellow Submarine”). Ah, também rolou uma série animada para TV. A produção deles era uma avalanche criativa, que deve ter deixado seus fãs muito mal-acostumados!


Os Beatles revolucionaram a forma como encaramos bandas de rock. Antes deles, as opções costumavam ser bandas destacando um líder e/ou musicista (como Chuck Berry, Little Richard, Elvis e Jerry Lee Lewis) ou grupos focados em harmonias vocais (como The Platters, The Shirelles e The Ronettes). Os Beatles fundiram essas abordagens, e muita gente ficou obsoleta ou precisou se reinventar rapidamente com a ascensão dos caras de franja.


Eles desafiaram a imprensa com humor e irreverência, virando o jogo em perguntas capciosas. Num período de segregação racial e conflitos internacionais, os Beatles se posicionaram, recusando-se a tocar em eventos segregados e criticando a Guerra do Vietnã, ignorando as ameaças de cancelamento.


Os Beatles eram mais do que músicos; eram ícones pop. E vestiam a camisa com propriedade. Eles absorviam tudo ao redor, desde música até moda e cultura, influenciando e sendo influenciados por um mundo em constante mudança. Nada os intimidava. Diversas outras bandas esbravejavam ter “atitude rock'n'roll”, mas pouquíssimas davam a cara a tapa.

E não podemos esquecer que, após a morte de Brian Epstein, seu amigo e empresário descobridor, assumiram a burocracia do show business, criaram o selo Apple e apoiaram novos talentos, uma verdadeira incubadora de artistas.


Tudo isso em apenas 8 anos! Já comparou as fotos dos Beatles em 1962 e em 1970? Parece que foram apenas 8 anos?


No nosso próximo encontro, vamos explorar mais recordes e inovações que os Beatles nos deixaram. Prepare-se para uma viagem além da música!





Texto por: Sérgio Máximo

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