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Rod Krieger e seu mais novo disco

Foto do escritor: Troque o DiscoTroque o Disco

Entre o space rock e colagens surrealistas, nasce A Assembleia Extraordinária, segundo disco de Rod Krieger


Pode-se afirmar que A Assembleia Extraordinária é uma obra artesanal. Produzida de forma solitária na pequena aldeia de Sobral do Parelhão, no interior de Portugal, ela traz Rod Krieger no seu momento mais particular. Em nove faixas, ele dá vida a uma narrativa por vezes introspectiva, porém quase sempre irônica, que também sairá em filme.

Quase todos os instrumentos do álbum foram Rod Krieger quem tocou, com exceção do piano e a flauta de Cai o Sol e Sobe a Lua, respectivamente assinados por João Nogueira e João Mello, do sitar de Cabelos Longos e da tampura de O Fluxo das Coisas, ambos por Fabio Kidesh, que também está nas vocalizações da introdução, faixa-título do disco.


“Esse foi o primeiro trabalho em que fiz praticamente tudo sozinho, então tive momentos em que eu precisava me acertar comigo mesmo e decidir as coisas para poder ir para a próxima etapa do processo. Foi um aprendizado técnico e pessoal, porque ao mesmo tempo atuei como músico, produtor, compositor e engenheiro de áudio e não ter alguém para decidir as coisas do lado foi uma experiência nova”.


“Quando cheguei em Portugal tentei escutar o máximo de música portuguesa possível e achei que a melhor maneira seria vir de trás pra frente. Peguei os primeiros discos dos cantores clássicos como José Cid, Sérgio Godinho, entre outros, e quis entender um pouco da cena musical do país. Um disco, aliás, dois, que me chamaram muito a atenção foram os dois primeiros discos do Jorge Palma, (Como uma Viagem na Palma da Mão e o 'Te Já). Acho eles sensacionais e escuto frequentemente, tanto que acabaram entrando para a minha lista de álbuns favoritos da vida e, com certeza, eles tiveram uma atuação forte em mim que acabou influenciando também o A Assembleia Extraordinária”, conta Krieger que também aponta Aphrodite’s Child, Beto Guedes, Arnaldo Baptista, Bob Dylan, The Pretty Things e Kraftwerk como artistas que de uma forma ou de outra também guiaram as criações do álbum.


“De vez em quando eu revezava os artistas e ia para os brasileiros e fiz uma imersão no disco Molhado de Suor, do Alceu Valença. Daí, gravei Cabelos Longos. Outro disco que mexeu bastante comigo nessa jornada foi o José Cid 10.000 Anos depois entre Venus e Marte”, recorda.


E finaliza: “As influências sempre foram as mesmas, o que muda é o estado de espírito e, no caso da Assembleia Extraordinária, apesar de o corpo e o espírito estarem em solo português, havia uma parcela que ainda tinha uma saudade do Brasil, o que acabou gerando uma fusão de referências entre as minhas duas casas”.


A capa nasceu durante uma sessão de fotos com Daryan Dornelles. Na cozinha da casa de Krieger, em um momento de descontração, o clique foi feito. “Estávamos dando uma pausa para o café. E o retrato englobou todas as referências que havia pensado - fotos de Astrid Kirchherr, capas de discos de jazz. Além disso, explica muito do conceito do álbum, que ao mesmo tempo que tem uma referência Beatle tem um clima ‘jazzy’. E o fato de eu estar sentado tomando um café nessa mesa diz muito porque era exatamente nessa cadeira que eu tomei praticamente todos os cafés que me ajudaram a construir o disco”.


Quanto aos símbolos, logo e demais capas, nasceu da parceria de Krieger com o designer do álbum, Leo Sandi. “Eu e o Léo temos um gosto muito similar para filmes e séries e logo nas primeiras conversas sabíamos que isso iria refletir na identidade visual. Ambos estávamos numa onda Twin Peaks e Sopranos, e toda reunião falávamos sobre isso, o que acabou migrando para ou tras referências, como Scorsese, O Poderoso Chefão, etc. E tudo isso influenciou no resultado final”.



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©2020 por Troque o Disco. Gui Freitas

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