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Foto do escritorTroque o Disco

Suck it. And See.



Nesta semana, o magnífico Suck It and See completa a redonda marca de uma década. Disco que é indispensável para a trajetória da banda, mesmo sabendo que é impossível tirar alguma carta desse baralho, é estimado não tão somente por ser mais uma transformação dessa banda multifacetada, mas, também, por guardar pérolas mais do que especiais, por ser bom do início ao fim, esse é o álbum das baladas.

Eles foram anunciados como salvadores da música britânica desde quando, no interior, faziam ferver uma cena que se alimentava do som do início dos 00’s. Suas ondas sonoras ecoam potentes nos discos e nas performances ao vivo desde o início, lineares, desde quando eram franzinos, garotos com olhos de criança, sem saber o que fazer com o potencial que despontava, com o sucesso descontrolado que, do nada, chegou pra ficar. O fenômeno Arctic Monkeys é inexplicável até mesmo para o interior de cada membro. Certa feita, Alex Turner e Matt Helders disseram que não sabem nem dizer como isso tudo começou, que talvez a lembrança mais próxima disso seja a de estarem no pub de sempre, do interior, em Sheffield, quando o clipe passou na TV e foi anunciado o topo das paradas daquele momento, de súbito. A partir de então, os telefones não pararam de tocar e se tornou cada vez mais difícil tomar as rédeas do controle.

Arctic Monkeys é uma banda evocativa. Desde o início flertaram com todas as épocas. Não há linhas delimitadores ao processo criativo da banda. Enquanto há o flerte com Gene Vincent em uma faixa, nela pode, também, ter algo de Dr. Dre e Burt Bacharach, bem ali, dentro dos mesmos versos, pontes e refrões. A inventividade dessa banda é surreal. É muito difícil colocar outros nomes num páreo dessas características.

Suck It and See guarda o som de uma banda em transição, é um disco Pop radiofônico capaz de ultrapassar eras. Ele funcionaria por todas as épocas. Mais solar do que o Humbug e menos frenético do que os dois primeiros, este disco é a porta de entrada para uma nova fase do grupo que, pelo jeito, acompanha a maturidade não somente de vida, mas a musical.

Esse álbum inflamou muito das nossas noites e, com certeza, das de alguns de vocês que estão lendo essa matéria. É discasso repleto de canções que já nasceram eternas. A coleção das faixas em integralidade estabelece algo intimista que, de encontro à explosão de sucesso da banda, faz do registro um clássico difundido.


Suck it and See conta com as preciosas contribuições de James Ford e Josh Homme. Essa pedra preciosa foi concebido no lendário Sound City, Los Angeles, California. Estúdio que foi pátio de Tom Petty ao Kurt Cobain. Não poderia haver um estúdio melhor para receber os takes deste disco maravilhoso.


Essa banda não foi fôlego tão apenas para o som britânico. Arctic Monkeys era o que alguns órfãos por aí precisavam. É uma banda que agrada massas de gente, mas que, ao passo, é totalmente compreendida apenas por uma minoria muito seleta. Quando uma banda consegue essa proeza antagônica, cabe acreditar, é agulha no palheiro.


Suck it… and see.



- Gui Freitas e Gus Maia




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