Terceiro álbum do The Smiths, The Queen Is Dead, reafirma a banda como uma das maiores e mais influentes da história da Inglaterra. O disco, lançado em meados de 1986, traz Johnny Marr como um compositor mais presente, livre, buscando por uma nova gama de arranjos, o que já vinha fazendo desde o ano anterior. O trabalho, produzido por Marr e Morrissey, contou, também, com a indispensável colaboração de Stephen Street, formando o mesmo time da produção de Meat is Murder, seu antecessor.
The Queen is Dead é sólido, convence e carrega consigo os maiores clássicos da carreira da banda, tais como: Bigmouth Strikes Again, The Boy With the Thorn in His Side, There is a Light That Never Goes Out e Some Girls Are Bigger Than Others. A maldição do segundo disco de uma banda já é muito conhecida no meio. É uma fogueira, responsabilidade de pesar ombros. No entanto, sobrevivendo aos desafios do segundo disco, uma banda tem uma nova prova de fogo, convencer, novamente, no terceiro. Particularmente, considero o terceiro disco um desafio ainda maior do que o segundo. A carga é maior, o desgaste é maior, os problemas internos começam a aparecer e a fonte criativa começa a secar.
Concluir que o The Queen is Dead é o terceiro disco da carreira da banda, torna ele ainda mais especial. Talvez seja o mais importante disco do The Smiths. O crucial. Ele não se contradiz em sua qualidade em momento algum, afinal, foi recebido de maneira extremamente positiva ao seu tempo, revelando um Morrissey ainda mais expressivo, mais seguro de si e, Marr, ainda mais afiado em seus riffs tão consagrados, lotados de personalidade. Talvez, The Queen is Dead seja a ponta da lança do The Smiths.
Incontestavelmente, o mais maduro, o mais ambicioso. Apesar da banda soar na mesma linha de timbres e objetividade, sempre direta ao ponto, o disco trouxe muita coisa nova a se dizer. A forte e brilhante fórmula do The Smiths se renova diante seus próprios ingredientes de Jangle Pop, na companhia de versos afiados.
O tempero de The Queen is Dead vai além de sua sonoridade, está, principalmente, na força de uma mensagem corajosa e da capacidade plena de convencer, de escrever esse nome na história.
-Gus Maia
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