Nesses dias de verão eu tirei um tempo para ouvir a banda City and Colour, pra ser mais específico o seu último lançamento, The Love Still Held Me Near, de 2023. Fui contra a maré, afinal geralmente começamos pelo primeiro disco. Eu nunca tinha ouvido uma música se quer dessa banda, a não ser algumas postagens de alguns de vocês por aqui.
Adorei as canções, já adianto que não tem muito a ver com a estação que vivemos, mas tudo a ver em ouvirmos enquanto pegamos uma estrada.
Este é um álbum que mesmo você sendo fã da banda talvez não tenha digerido ainda, por isso eu ouvi insanamente o disco, primeiro porque gostei demais, segundo pra trazer o que acho sobre, ainda assim com algumas pesquisas por ai.
“Não basta apenas estar vivo. Precisamos nos inclinar um pouco para o amor antes de morrer.” O artista canadense de folk alternativo Dallas Green, vocalista do City and Color, canta isso em Underground, uma música sobre como lidar com a perda e aceitar cada dia como um presente, perdoando os “dias perdidos que passamos fugindo de nós mesmos”. Underground é a segunda faixa, uma delicia de som, minha preferida, música cristalina que com o fone nos ouvidos você não só consegue viajar como sentir cada detalhe.
O disco tem letras complexas, refrãos não pegajosos, é um disco igual aqueles “filmaços” que você tem que assistir várias vezes para entender sabendo que é completamente foda.
Dallas Green, assim como muitos de nós, passou por muitas perdas na vida, de partir o coração. Em 2019 ele perdeu dois de seus amigos mais próximos em tragédias distintas e logo em seguida a pandemia o atingiu novamente. A morte – e sua própria mortalidade – estão em sua mente e ele não foge disso. Compondo canções para processar sua dor, Green criou este disco e que bom que comecei por ele. Ele parece estar falando consigo mesmo, mas também está ao lado de outros que estão agarrados às profundezas do desespero.
É um disco triste, emotivo, reflexivo, ao passo que possa servir como autoajuda.
Uma canção pesada, A Little Mercy, tem destaque forte pra mim, fala muito de algum momento recente de perda. Seu vocal em ritmo lento e hipnótico me lembra do pouco falado disco solo de Chris Cornell de 1999, Euphoria Mourning .
É um disco triste, emotivo, reflexivo, ao passo que possa servir como autoajuda. Música é remédio para nossa alma sim.
Estou viciado neste álbum, o cara colocou o coração e a vida nele. Obrigado por existir City and Colour!
Comments