50 anos de Minas, clássico de Milton Nascimento
- Troque o Disco

- 14 de out.
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50 anos de um clássico
O sétimo trabalho de estúdio da carreira de Milton Nascimento é uma verdadeira obra de arte. Chegar aos 50 anos é algo transcendental, a certeza de que esse disco vai reverberar até o último suspiro deste planeta chamado Terra.
E o que dizer dessa capa, com Milton enquadrado sob o título Minas em destaque, um registro de Cafi e direção de arte de Noguchi?

Minas marca o trabalho de um artista no auge da inspiração, em plena forma interpretativa, sempre muito emotivo e riquíssimo no que representa.
O disco é um retorno às suas raízes, uma homenagem à sua terra natal. Nele, há hinos arrebatadores, joias absolutas, atemporais, de nuances requintadas. Sem dúvida, uma obra de maturidade e alegria, de um homem que encontrou sua voz tão cedo na carreira e, desde então, enriquece nossos ouvidos.
Seus amigos de longa data se fazem presentes: Beto Guedes, Lô Borges e Wagner Tiso, entre outros. Melódico, criativo e impecavelmente cantado, Minas é um disco excelente.
“Fé Cega, Faca Amolada” é um diamante nobre em todos os sentidos, a química perfeita entre a melodia de Milton e a letra de Ronaldo Bastos. Partimos embarcados num arranjo que sustenta o duelo de “bês”: Bituca e Beto, mediados pelo violão de Toninho Horta. “Paula e Bebeto” é outro destaque, revelando uma ponte explícita entre Minas Gerais e a Bahia. “Saudade dos Aviões da Panair” e “Ponta de Areia” seguem facilmente entre as estrelas do disco.
Vocais maravilhosos, instrumental de ponta, melodias inesquecíveis, é um álbum para a vida.
Minas é um disco que devemos, por praxe, revisitar sempre. No encarte, há um trenzinho desenhado por Milton, que nos faz pensar nos trilhos do que viria a ser o disco de 1976, Geraes. Por ora, vida longa a Milton Nascimento, sua música está cravada na prateleira mais alta do nosso país.
Sou do mundo, sou Minas Gerais. Salve, mestre Bituca!
— Gui Freitas



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