"O Soundgarden era a resposta pesada da cena punk de Seatle ao som de Led Zeppelin II. Os membros da banda tornaram-se compositores de verdade em Superunknow, moldando a raiva em hinos grunge como Black Hole Sun. Percebemos a importância da melodia”, disse Chris Cornell, tempos atrás.
Esse parágrafo me prendeu demais ao ler uma das revistas Rolling Stones em que vira e mexe revisito. Soundgarden não é muito minha praia, ou pelo menos não era até eu ler isso acima. Mergulhei num estudo para estar trazendo essa peça pra página.
Pra começo de conversa, percebi que este disco trouxe um frescor a banda, as músicas são inovadoras, tudo isso ligado ao fato de que a banda estava de tanque vazio devido a todo trabalho em anos que antecederam o Superunknown, quem sou eu pra falar, mas em conversas de botequim com os amigos, muitos dizem ser o maior disco do movimento grunge de todos os tempos. Superunknown chegou às lojas exatamente um mês antes de Cobain ser encontrado morto por um eletricista local. A essa altura, a cena de rock mais emocionante do país havia se tornado sinônimo de autodestruição e tristeza.
Se me permitem opinar, fico com a imprensão que o disco não chegou chegando, como por exemplo o Nevermind, nem é tão cru quanto In Utero ou até mesmo tão cheio de fúria quanto o grande V, do Pearl Jam. Mas em sua expansão extraordinária e seu vislumbre inebriante de depressão e desespero, Superunknown pode ser o melhor álbum grunge do início dos anos 90 e assim começo a entender amigos que o elegem como a maior obra do grunge.
O disco é longo para padrões atuais, porém é forte do começo ao fim, as músicas são obcecadas pelo desespero e isolamento.
Como o baterista Matt Cameron disse: "As letras de Superunknown são muito introspectivas, muito sombrias. Eles estão dizendo uma coisa totalmente diferente.
Basicamente, é um grande foda-se para o mundo, um apelo para 'nos deixe em paz!' (gente, preciso contar um dia pra vocês meu encontro inusitado com o Matt Cameron na Oscar Freire).
Não sei porque eu demorei tanto a prestar atenção no som do Soundgarden, amante de outras bandas grunges, confesso que demorei, foi durante uma corrida na praça que dei atenção a este disco para que ele jamais saisse da minha vida. É legal também quando isso acontece décadas depois de seu lançamento, é mágico notar uma banda já na sua meia idade.
Soundgarden daqui pra sempre.
-Gui Freitas
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