Com potencial pra ser um daqueles discos que ficará por muito em nossos ouvidos, Corpo Nós, disco solo do Gui Held, já marca pelo caminho, convencendo cada vez mais os seus novos ouvintes.
Corpo Nós é um disco bem redondo, quente, de marcas positivas. Produzido artisticamente por Rômulo Fróes, o disco contou com muitos dos amigos com quem Held já tocou ou aprecia; Criolo, Thalma de Freitas, Kiko Dinucci, Curumin, Rubel, Tulipa Ruiz, Fernando Catatau, Maria Gadu, Alice Coutinho (letrista de Corpo Nós), Juçara Marçal e Beto Bruno são nomes que fazem parte do timaço muito bem escolhido por Held, que é discípulo de Lanny Gordin e busca além, através de uma mistura de influências das mais variadas.
O disco traz um certo frescor para música brasileira, além de provar ainda mais o que sempre digo aos meus amigos; a música nacional vive um grande momento, é só sairmos do mainstream para termos a certeza disso.
São 17 músicas em mais de uma hora de reprodução. O álbum é muito rico e traz pitadas do melhor da nossa história, ao ouvir você encontrará fragmentos da Tropicália, Clube da Esquina e Bossa Nova.
Gui Held sempre foi um guitarrista cuidadoso e isso transparece nas faixas, além de uma estréia segura, também, nos vocais. Tempo de Ouvir o Chão, faixa que abre o disco, lembra Lô Borges de uma forma muito positiva. Sorongo, instrumental, que recebeu um arranjo criado especialmente pelo baiano Letieres Leite e Pingo D’água, em execução por Lanny Gordin e Gui Held, é prato cheio para os mais variados momentos. Laço de Fita, vem naquela vibe do Criolo e, logo nas primeiras audições, já vale pra entrar em qualquer playlist. O eterno frontman da Cachorro Grande, Beto Bruno, empresta sua voz na excelente faixa Bem Maior que o Mundo, pra deixar tudo ainda melhor.
O músico já era conhecido por sua contribuição em outros trabalhos, na companhia de bandas interessantes e é legal demais conferir sobre o tanto que pode continuar oferecendo criativamente. Foi muito bom trocar uma idéia com ele sobre seu trabalho. Gui Held disse que o disco é fruto de seu cotidiano e deixa claro que suas amizades do meio musical lhe trouxeram profundos ensinamentos. “O disco é de doação e união de corações que transitam na mesma energia e química”, finaliza.
Se vocês chegaram a ler até aqui, aproveitamos pra pedir que apertem o botão do play para esse discão da música nacional.
- Gui Freitas
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