The Cure lançou dias atrás o impecavél disco Songs of a Lost World, antes de começarmos mais um papo por aqui vale lembrar que foi depois do lançamento de “Disintegration” que a banda alcançou o fanatismo internacional, com hordas de jovens mexendo nos cabelos e borrando o batom vermelho, assim que Robert Smith fazia no palco. A essa altura, o The Cure havia criado um som diferente de tudo que já tinha sido ouvido antes. Conforme a banda fez a transição para o final dos anos 90 e início dos anos 2000, os fãs viram a música se transformar em um rock com guitarras lamacentas, inspirado por nomes como My Bloody Valentine e Ride, um som que parecia se afastar de seus sucessos new wave.
Retornando aos holofotes, o The Cure se redefiniu, voltando para a música dark e gótica, provando como seu tempo longe só os tornou ainda mais coesos e únicos sonoramente.
Todo esse resumo acima tem a ver com seu último lançamento, que vale lembrar, fazia 16 anos sem alguma novidade por conta da banda até emplacar Songs of a Lost World em primeiro lugar em muitos países. A voz de Robert é tão boa quanto em disco de décadas passadas e por ai você que ainda não ouviu, já pode começar a se ouriçar a por os fones no ouvido.
Aos 65 anos, Smith oferece um magnífico socorro para sexagenários, provando ainda mais que ele é o artista por excelência com quem envelhecer. No seu décimo quarto albúm de estudio o The Cure soa deliciosamente lento, elegantemente cansado e definitivamente crescido.Songs of a Lost World parece um disco cujo momento é certo, entregando uma dose concentrada do The Cure, e é uma tapeçaria completa em comparação com seus álbuns posteriores.
Songs of a Lost World é consistentemente ótimo de ponta a ponta. Temperamental, sombrio e maduro; tudo sem sacrificar seu lado melódico ou se sentir nem um pouco forçado.
Em entrevistas, o vocalista Robert Smith comentou que havia perdido um pouco de confiança em suas habilidades para escrever novo material desde seu último disco, mas sentiu que esse novo lançamento o rejuvenesceu. Só podemos imaginar a onda de vingança que ele deve estar sentindo agora, sabendo que valeu a pena esperar. Mas talvez o maior elogio a ser feito a Songs of a Lost World é que ele já parece inevitável, uma obra de sabedoria e graça que se estende naturalmente desde o momento em que o Cure pegou seus instrumentos em um salão de igreja local, todos aqueles anos atrás.
O desejo meu e de chamar Songs of a Lost World de o melhor álbum do The Cure desde Disintegration, mas eu prefiro ouvir a opinião de vocês.
-Gui Freitas
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