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Y – Selvagens à Procura de Lei (2025)

Após a separação dos antigos parceiros, a banda cearense Selvagens à Procura de Lei busca se reinventar com o recém-lançado "Y". Gabriel Aragão, acompanhado dos novos parceiros Matheus Brasil, Jonas Rio e Plínio Câmara, embarca numa missão difícil: vislumbrar novos horizontes para a banda, sem deixar completamente para trás o que foi vivido.



As discussões públicas com a formação anterior, entre as narrativas de ambos os lados, deram origem ao enredo que serve de cenário para o sexto álbum. Produzido por Matheus Brasil e Gabriel Aragão, as 12 faixas apresentam melodias que remetem ao Aprendendo a Mentir (2011), mas essa impressão se esvai antes da metade do disco.



“Daqui Pra Frente” eleva o discurso do recomeço e da esperança por dias mais tranquilos, reafirmando que sempre há tempo para recomeçar:


Tudo novo o tempo o tempo todo

Esse ano eu não morro

Hoje eu saio do fundo desse poço...


É na segunda faixa, “Pra Recomeçar”, envolta por bons riffs e pela bateria que conduz a narrativa dos últimos passos do que quase foi o fim do Selvagens, que a sinceridade aflora:


Eu te considerava irmão

Ainda dói meu coração

E eu que nunca disse “não”

Tive que aprender...



Na sequência, com “Amigos por Interesse!”, a terapia pública de Gabriel Aragão atinge um de seus pontos altos. A canção carrega um dos melhores arranjos do disco.



“Melhor Assim” mantém o bom nível da produção musical, mas a mensagem central das letras começa a soar repetitiva. O tema torna-se monotemático, embora os metais combinados com as guitarras se destaquem de forma primorosa.


A parceria com Vivendo do Ócio em “Quando Eu Me Encontrar” é um encontro que aquece o coração. As duas bandas, que despontaram no cenário nacional nos anos 2010, representam o melhor do rock produzido no Nordeste brasileiro.



“Gatilhos” exibe todo o pesar da ausência de alguém que já foi muito importante e precisou deixar de ser. A letra "Y", representada no título do álbum, simboliza a separação, os caminhos diferentes, onde cada um segue um rumo distinto:


Junto a gente tirava um som

Até você mudar de tom

Nossos caminhos foram separados como um Y



Para encerrar, a balada “Nunca Tem Fim” arremata com uma mensagem mais otimista: apesar das adversidades, desistir não é uma opção.



A sonoridade difere do que vinha sendo feito nos últimos anos, quando a banda flertava com o pop rock. Desta vez, as guitarras se sobressaem ao se misturarem com os metais, que Gabriel já havia explorado em seu trabalho solo.


  • Ilrianny Alves

 
 
 

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©2020 por Troque o Disco. Gui Freitas

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